Contrariando este período caótico em que vivemos, julgamos ser mais interessante aquele contexto tido como arcaico, o qual tinha a seguinte regra básica para se estabelecer uma base mais sólida nos inter-relacionamentos: Sexo é o preço que as mulheres pagam para o Casamento, e o Casamento é o preço que os homens pagam para o sexo.(Anônimo, talvez do Século XVI d.C.).
As prostitutas sempre existiram como prostitutas, mas o que os homens atuais pretendem, como uma espécie de obsessão insólita, é um mix de parceira amorosa e prostituta vigorosa. Prostituta vigorosa e parceira amorosa jamais poderão co-existir, porquanto a esfera predominante de interesse e atuação de uma é intermediada exclusivamente pelo aspecto financeiro, a da outra, em contrapartida, é intermediada pelo interesse e ação para construir uma relação sedimentada em construtos sociais legais e estáveis. Os antigos dissociavam os objetos que, por natureza, deviam ser dissociados. O homem contemporâneo, como um tolo inveterado, suplica às mulheres esse mix. Ele se estraçalha por completo porque não consegue se relacionar simultaneamente com a prostituta vigorosa e a parceira amorosa. Não sabemos de relato algum sobre um relacionamento bi-lateral, exclusivo e ideal entre um homem e uma prostituta vigorosa. Ser prostituta vigorosa é não ser só de um homem, prezado homem contemporâneo, porquanto um ideal cósmico lhe é pertinente em sua acepção mais plena, porquanto mais direcionado ao seu Ser estar no mundo. Mas o homem contemporâneo insiste, como um adicto de ópio que crê na realidade de suas visões, em fundir a parceira amorosa com a prostituta vigorosa. Depois passa a interpretar, tragicomicamente, o papel de vítima. E ainda ousa criticar o sistema de liberdade em que viviam os seus tataravôs… É ridículo, infantil e trágico ao mesmo tempo. Sim, é isso mesmo. O ridículo, o infantil e o trágico podem perfeitamente lhe servir de combustível para a ignição de um equívoco no plano do diagnóstico dos construtos sociais…
Viva a Dicotomia Simbólica entre os arcaicos, que considerava Tolo todo aquele que tentava associar o que, por natureza, devia ser dissociado !!!